Reforma Protestante: 496 anos de história
Entenda a importância desse movimento iniciado por Martinho Lutero
Neste dia 31 de outubro, comemoramos 496 anos da Reforma Protestante, um dos maiores acontecimentos da história da Igreja, posto que recolocou boa parte dos cristãos no caminho de retorno à Palavra de Deus como sua única regra de fé e prática. Durante mais de mil anos, a Igreja Católica Apostólica Romana havia transformado meras tradições e elementos do misticismo pagão em dogmas. No último caso, deuses das religiões pagãs em voga haviam sido substituídos por personagens neotestamentários, que ganharam status de mediadores, algo inexistente no ensino e relato bíblicos. Com o passar dos anos, heresias foram forjadas, a supersticiosidade fora cultivada e a fé cristã, agora distorcida, usada para manipular pessoas e reinos. O povo também foi impedido pela igreja romana de ter acesso à Bíblia. Só a liderança da igreja poderia interpretá-la.
Em contraposição a essas bizarrias, muitos homens de Deus se levantaram como voz profética, denunciando o erro e fazendo o máximo para que a Verdade chegasse ao conhecimento de todos. Pedro Valdo, John Wycliffe, John Huss, Girolamo Savonarola e outros já tinham alçado suas críticas ao sistema romano, mas, até o aparecimento de Lutero para o mundo em 1517, todas as tentativas haviam sido frustradas. A maioria destes, inclusive, pagaram com suas próprias vidas. Assim, quando a Reforma finalmente aconteceu, ela era, na verdade, o clímax de uma fomentação de séculos. Era um evento represado pela hostilidade romana durante anos, mas absolutamente inevitável.
Nos primeiros anos, os humanistas, precursores do Iluminismo, foram grandes incentivadores da Reforma. Erasmo de Roterdã, considerado o pai do humanismo, era inclusive amigo pessoal de Lutero e chegou por várias vezes a falar em seu favor. Só quando o movimento já começava a vingar, surgiram as primeiras divergências entre Erasmo e Lutero, que acabaram se separando. O humanista queria que a Reforma tivesse um significado e alcance maior do que o proposto pelo reformador, que pensava apenas em termos doutrinários, religiosos e espirituais.
Os nobres e a burguesia, por sua vez, patrocinaram a Reforma, porque interessava-lhes, e muito, a derrocada da influência política da Igreja Católica. Qualquer rebelião que efetivamente enfraquecesse a influência católica romana era extremamente bem-vinda. Assim, consciente ou inconscientemente, os humanistas e a nobreza europeia concorreram para a concretização do propósito de Deus.
Todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam ao Senhor (Rm 8.28). A Reforma, sem sombra de dúvidas, foi um mover do Espírito Santo. Ela é uma prova incontestável de que Deus aproveita e usa as conjunturas para concreção de seus planos.
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